domingo, 12 de fevereiro de 2012

Vida campestre VS vida urbana

Quando era criança, adorava quando íamos para o Alentejo. Eu por mim, até vivia lá! Era tão mais feliz quando podia andar na rua à vontade, brincávamos na rua, ia ao campo com o meu avô, ia buscar água aos poços (sim, que apesar de termos água corrente, não é potável...) com o meu tio, tinha a minha melhor amiga a viver umas portas abaixo, e um curral cheio de animais para brincar.

Depois veio a adolescência - ou a chamada idade parva-mais-parva-não-há - e ir para o Alentejo era um sacrifício. Nada para fazer a não ser chatear a pobre da C. - se bem que nos divertíamos bastante. Eu queria era ficar em Lisboa, para ir ao cinema com o meu grupinho de amigas. Irmos lanchar ao Vasco da Gama é que era!!!

Comecei a namorar com o F. e aí o sacrifício ainda era maior! Os dias que passava lá, eram dias longe dele! Como é que se sobrevive longe da pessoa que faz com o nosso coração bata?!?

E agora, que já acabei a escola, já tenho aliança no dedo, e partilho a minha vida com uma mão cheia de pessoas (são poucos, mas amigos verdadeiros, e mais vale poucos e bons, do que muitos e falsos), aquilo que mais gostava era poder deixar esta vida urbana, cheia de stress e de filas no hipermercado, uma vida passada 8hrs por dia em pé a aturar clientes parvos (vá... também conheço muita gente fofinha, mas os parvos é que me dão cabo da mioleira) e ir para o campo. Acredito mesmo que seria feliz numa vida direccionada à casa, à terra, à família. Cada vez mais, anseio por voltar para a minha origem. A vida no campo está-me no sangue, no adn, na herança familiar!!! Aqui há uns dias vi uma proposta de trabalho até mais ou menos decente (ou pelo menos equivalente ao que faço e ganho em terras alfacinhas) em Reguengos e pensei: "É agora!! Vou criar uma família como a minha foi criada em tempos!"

E depois lembrei-me: "ah... é verdade... ele também precisa de trabalho. Não sou só eu. E ele ganha bem melhor que eu. E lá não há nada na área que ele trabalha"

Por isso, o melhor é continuar a visitar blogs destes e ir sonhando com o dia em que talvez possamos mudar a nossa vida. Em que exista trabalho na nossa área, em zonas rurais. Em que ganhe o Euromilhões e já não precise de me preocupar com trabalho!

Ao menos, a zona que escolhemos para viver, tem um misto dos 2. Estamos muito perto de Lisboa, vivemos numa cidade, mas é uma cidade em que ainda se percebe a herança ribatejana do amor à terra.

... hoje apetecia-me sair daqui e ir directa para a minha Amareleja e passar uma semaninha, pelo menos :(

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